Breve Resenha Histórica – Agualva
O povoamento do território da freguesia remonta à conquista Cristã de Lisboa e Sintra aos Mouros, em 1147, por D. Afonso Henriques. A primeira referência conhecida surge nas inquirições Afonsinas de 1220.
No século XII, “Agualva” e Cacém já eram povoadas. O curso da ribeira das Jardas ou da Água Alva demarcavam então os limites administrativos e paroquiais. Agualva e outros lugares da margem esquerda da Ribeira faziam parte da freguesia de Belas, enquanto Cacém, São Marcos e outros lugares da margem direita estavam integrados no termo de Sintra e faziam parte da freguesia de Rio de Mouro.
Note-se que Agualva, enquanto lugar da freguesia de Belas era lugar conhecido por Jardo, o que levou o célebre Bispo de Lisboa, D. Domingos, por ter nascido ali a apelidar-se de Jardo.
Nos séculos seguintes expandiu-se o povoamento e a ocupação do território com o aparecimento de várias quintas solarengas (Quinta da Barroca, Quinta da Fidalga, Quinta do Tojal, etc.). No final do séc. XVIII Agualva-Cacém teria cerca de 450 habitantes e em meados do séc. XIX cerca de 500. A 3 de Junho de 1709 é dado alvará à feira de Agualva, uma das mais antigas da região saloia, com o objetivo de manter a ermida de Nª. Sra. da Consolação.
Em abril de 1887 com o estabelecimento da ligação ferroviária entre Lisboa e Sintra veio o desenvolvimento económico e o aumento demográfico. A ligação por caminho-de-ferro marca a partir daí, o destino de Agualva-Cacém, deixando para trás tempos em que a ribeira das Jardas fertilizava as terras e movia as azenhas, oferecendo-se aos banhos da miudagem, aos amantes da pesca e aos piqueniques das famílias em férias.
Agualva e Cacém unem-se, a 15 de Maio 1953, através do Decreto-Lei n.º 39210 para formar a freguesia de Agualva-Cacém. Nas décadas seguintes a freguesia transforma-se numa das áreas suburbanas da grande Lisboa e conhece, então, uma explosão ao nível da construção civil, que se traduziu numa urbanização onde os níveis de qualidade de vida nem sempre foram tidos em conta.
A 20 de setembro de 1985 foi elevada a vila e em 12 de Julho de 2001, a vila foi elevada a cidade, tendo a antiga freguesia sido administrativamente desdobrada em quatro freguesias; Agualva, Cacém, Mira Sintra e São Marcos, no dia 3 do mesmo mês.
Após a elevação de Agualva-Cacém a cidade, esta passou por vários projetos de beneficiação por parte da Câmara Municipal de Sintra, mas principalmente por parte do Programa Polis (Projeto para a requalificação das cidades europeias) que teve por objetivo a valorização do património histórico ou natural e a sua reintegração na cidade. A sua concretização veio mudar radicalmente a estrutura central de Agualva-Cacém e melhorar substancialmente o estatuto de cidade que passou assim a dispor de um parque urbano (Parque linear da Ribeira das Jardas).
Atualmente a cidade é constituída por duas freguesias, Agualva e Mira Sintra e Cacém e São Marcos, e reflete um dos mais progressivos centros urbanos da área metropolitana de Lisboa, sendo um dos maiores centros populacionais do país.
A indústria é significativa e há uma considerável dinâmica comercial.
Breve Resenha Histórica – Mira Sintra
A Freguesia de Mira Sintra foi criada no ano 2001, com a publicação da Lei nº 18-C/2001 de 3 de Julho, que dividiu a Freguesia de Agualva- Cacém em quatro novas Freguesias: Mira Sintra, S. Marcos, Agualva e Cacém.
Mira Sintra teve na sua génese, um bairro social. A origem da sua designação decorre da sua situação geográfica em função da vista panorâmica que toda a urbanização tem sobre a Serra de Sintra.
Esta urbanização foi um projeto concebido à luz dos princípios da Carta de Atenas e construído pelo ex- Fundo de Fomento da Habitação, posteriormente denominado IGAPHE (Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado), processo despoletado legalmente através do Decreto-Lei nº 46098 de 23 de Dezembro de 1964.
O Bairro de Mira Sintra, localizado num terreno que dava pelo nome de “Casal da Pedra”, é fruto de um plano desenvolvido em 1965 pela antiga Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais/Serviço de Habitações Económicas, para a concretização do Agrupamento de Casas Económicas de Agualva e Cacém. Em 1974, o Fundo de Fomento de Habitação possuía cerca de 2000 fogos e receando-se nessa altura uma ocupação ilegal abriu-se concurso público para a distribuição de 1950 fogos, tendo havido na altura 4524 candidatos concorrentes.
Habitado a partir de 1975, este bairro sempre demonstrou um grande espírito comunitário que se refletiu na criação de inúmeras associações e coletividades ao abrigo do esforço de muitos moradores que marcaram a vida social de Mira Sintra nas últimas três décadas.
Nos últimos anos Mira Sintra tem vindo a ser alvo de um processo de requalificação urbana com a projeção e construção de diversos equipamentos e infraestruturas de utilidade pública.
Entre estes equipamentos destaca-se a nova Estação Ferroviária Mira Sintra-Meleças, o Centro de Dia para os idosos, a requalificação do Parque Urbano, a requalificação de espaços verdes, a reconstrução do Moinho da Pedra, a construção da Casa da Cultura, entre outros.
De realçar também, as iniciativas dos comerciantes locais, que ao longo dos anos criaram diversos pólos comerciais na Freguesia, registando-se atualmente, alguns novos investimentos na área do comércio e serviços.
A cidade de Agualva-Cacém
A cidade de Agualva-Cacém apresenta uma superfície total de 10.507 km² que corresponde a 3,3% da área total do concelho de Sintra e situa-se a sudoeste do Concelho de Sintra.
Com a Reorganização administrativa do território das freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro), e através da agregação das antigas freguesias de Agualva e Mira Sintra e Cacém e São Marcos a cidade passou a ser composta pela união de freguesias de Agualva e Mira Sintra e união de freguesia de Cacém e São Marcos.
Até 30 de Outubro de 2013 existiam quatro freguesias nomeadamente Agualva, Mira Sintra, Cacém e S. Marcos, que compunham um dos mais evolutivos centros urbanos da área metropolitana de Lisboa.
Ao nível das acessibilidades é uma cidade servida, fundamentalmente por uma linha de caminho-de-ferro suburbana e por dois acessos rodoviários denominados IC19 e A16.
A cidade de Agualva-Cacém possui um respeitável polo industrial e comercial para além de ser dotada de variadíssimos equipamentos e serviços.